A testagem de software é uma área em constante evolução que abrange vários métodos de avaliação usados para garantir que uma aplicação funciona conforme planeado e que é viável em cenários reais. Esse processo passa por escrever test cases apropriados, certificando que são cobertos os recursos e as funções corretas, decidindo as etapas que devem ser executadas manualmente e quais devem ser automatizadas, preenchendo relatórios de bugs e considerando problemas que surgem durante a experiência do cliente.
A seguir, temos 7 dicas que irão ajudar qualquer tester a tornar os seus procedimentos de teste à prova de balas.
Os test cases consistem em entradas, condições de execução, procedimentos e resultados esperados que definem um único teste a ser executado para atingir um objetivo específico na testagem de software.
Imgem 1: Exemplo de caso de teste. Fonte.
É importante informar os programadores sobre os test cases para que eles possam analisar e ter uma visão clara da aplicação que é desenvolvida. Caso contrário, pode haver discrepâncias entre a finalidade pretendida da aplicação e o resultado final.
Uma das etapas básicas na testagem de software é criar testes unitários, tarefas criadas especificamente para garantir que um determinado componente, seja um método ou uma classe, funcione conforme o esperado e testado num conjunto de entradas válidas e inválidas. Este método de teste também pode ser usado em ambientes de integração contínua (por exemplo, projetos usando Agile), onde testes unitários devem ser executados sempre que uma alteração é confirmada nos repositórios de código-fonte, bem como nos mecanismos de desenvolvimento usados no projeto.
Imagem 2: Teste de unidade usando o Robot Framework. Ele imprimirá o resultado esperado e os resultados reais. Fonte.
É responsabilidade dos testers garantir que cada componente do software é testado ou não. Os testers devem prestar atenção aos detalhes para garantir que a aplicação não falha em momentos inesperados, pois, por vezes, os programadores podem ignorar certos problemas, desde que o código funcione. Esse é o caso quando os requisitos da aplicação são mal-entendidos pelos programadores, dificultando a localização de problemas subjacentes na aplicação, independentemente de quão bem o código foi escrito. Contudo, isto não isenta os programadores da responsabilidade de também testar minuciosamente o software durante o processo de desenvolvimento. De fato, em pequenas empresas é comum que programadores mudem o seu mindset como programadores e “coloquem o chapéu de tester” nestas ocasiões.
Os testers devem sempre considerar cenários inesperados não incluídos nos procedimentos de teste, que podem ocorrer durante a execução de tais tarefas.
Por exemplo, como é que uma falha de energia afetará um banco de dados quando as transações estiverem a ser gravadas e que consequências é que isso poderá ter na implementação de uma aplicação a longo prazo? Essas perguntas “e se” desempenham um papel importantíssimo na pesquisa de software do tester sem interferir nos procedimentos existentes.
Recursos, orçamento, prioridades de negócios, eventuais atrasos na produção, entre outros, são fatores que devem ser considerados no desenvolvimento de uma aplicação, e todos os stakeholders devem reconhecer os limites do projeto. O papel do tester é mitigar, não necessariamente eliminar por completo, os riscos que surgem. As aplicações não precisam de ser perfeitas, mas os testes não devem comprometer a qualidade geral, ignorando erros críticos que podem levar a riscos inevitáveis. Portanto, é da responsabilidade do tester é definir um limite aceitável para garantir a qualidade.
Uma etapa importante na testagem de software são os testes de regressão. Este método consiste na verificação do impacto de uma nova atualização ou alteração introduzida numa aplicação e garantir que essas alterações não comprometam a integridade da mesma. Por norma, os test cases são gerados automaticamente, pois precisam de ser executados várias vezes, dependendo das alterações efetuadas. Provou-se ser benéfico organizar os test cases relacionados a funcionalidades semelhantes em pequenos grupos, pois permite que os testers testem clusters de software com mais eficiência, sem oscilarem muito entre as funcionalidades da aplicação.
Um relatório de bugs completo no final do procedimento de um teste é tão importante quanto o próprio teste. Bons relatórios de bugs devem incluir um número exato atribuído a cada um dos bugs encontrados durante o teste para facilitar a localização de um bug específico. Os bugs identificados devem ser reproduzíveis, caso contrário, os programadores não conseguirão encontrar o problema. Além disso, cada relatório de bugs deve ser conciso e conter apenas a quantidade necessária de informações sobre o bug em questão. Os testers também devem fornecer informações sobre a prioridade de cada bug, a plataforma em que ocorreu e o resultado esperado do teste em comparação com os resultados causados pelo bug.
Estas são apenas algumas das práticas mais comuns que nos ajudam, aos testers, a entregar a melhor versão possível do software.