Como especialistas em inovação digital, aprendemos constantemente, tendo-nos sido possível identificar alguns problemas fundamentais relativos ao uso de tecnologias Web3. Começo por salientar de que não somos apenas analistas de produtos digitais, programadores ou consultores de blockchain, mas acima de tudo, uma equipa com conhecimento e sensibilidade para entender o que faz e o que não faz sentido numa determinada tecnologia ou produto, e blockchain não é diferente.
Todos reparámos nas recentes declarações de Vitalik Buterin acerca das preocupações relativas em Web3, onde ele diz que crypto tem muito potencial, contudo tem sido implementada incorretamente. É verdade que esta é uma declaração bem interessante, mas não é o único que despreza o que está a acontecer no espaço. Jack Dorsey, outro empreendedor digital renomeado, também partilhou a sua visão para o que ele chama Web5, pois identifica fraquezas na Web3, especialmente em torno da identidade, e adicionou que a maioria das redes blockchain mente sobre quem é o verdadeiro proprietário dos dados e quem aos controla. Isso é um grande sinal de alerta, mas nada que já não tenhamos observado em alguns projetos. Ainda assim, é importante explicar os prós e os contras desta nova tendência tecnológica para aqueles que nos pedem conselhos.
Como especialistas, sabemos que o termo “descentralização” é crucial para o principal fundamento deste espaço crypto, não apenas em relação a Dex, DeFi ou Degen mas também no uso adequado do termo na Web3. Agora proponho explorarmos alguns dos principais fundamentos a serem considerados ao pesquisar, explorar ou mesmo a aconselhar alguém a desenvolver um produto em Web3. Como se distingue de Web2? Em primeiro lugar, sugiro não forçar o desenvolvimento de um produto em Web3 se o sistema funcionar bem em Web2. Se é necessário recorrer a terceiros para desempenhar um papel importante na proteção dos interesses dos consumidores e utilizadores, desde a regulamentação até a uma agência governamental, pode não fazer muito sentido desenvolver algo em Web3. O objetivo é agregar valor com uma abordagem diferente enquanto as tradicionais e conhecidas partes “confiáveis” desaparecem.
Para organizar as nossas perspetivas e ideias, criamos o seguinte diagrama:
Bem no topo, encontra-se a identidade que poderá ser o próximo grande problema a resolver em Web3 ou Web(x), mas a verdade é que não conseguimos prever nada. Hoje em dia, existem discussões sobre Self-Sovereign-Identity (SSI), que oferece controlo total sobre os seus dados, e soluções como Zero-Knowledge-Proof, que ajudam a proteger a sua identidade digital, garantindo que tem sempre uma com a qual possa contar quando necessário. Com a Web3, as identidades dos utilizadores são desconhecidas e as suas atividades estão diretamente vinculadas à sua carteira (wallet), que mais tarde assume a forma de um longo endereço criptográfico, tornando a privacidade num dos maiores incentivos para alguns entusiastas e utilizadores de crypto. No entanto, esse também é um grande problema para os que hesitam em adotar esta tecnologia, acreditando que ela é mais propensa a atividades ilegais, levando à falta de responsabilidade.
O segundo ponto é a propriedade. Este é um recurso tecnológico bastante simples de entender e talvez o fator mais motivador para a sua adoção.
O terceiro ponto é a rastreabilidade. Os recursos de blockchain criam blocos, mas por ser verificável, funcionam de trás para a frente, com cada transação registada e rastreável até à sua origem. No meio está o verdadeiro produto de descentralização que respeita os fundamentos de Satoshi Nakamoto e a sua tecnologia bem desenhada.
Lembrem-se sempre pelo menos destes três fundamentos aquando de uma exploração de um projeto baseado em tecnologias blockchain (Web3), pois caso algum deles esteja comprometido e/ou desalinhado, então não estão perante um produto Web3 sólido, mas sim um que poderá ser menos legítimo.
Nesta fase, onde existem inúmeros projetos a aparecer, muitos deles já com maturidade tecnológica significativa e com uma adoção alargada, proponho não desconfiar demasiado desta tecnologia e ir em frente sem demasiados receios de cometer alguns erros, pois estes fazem parte da jornada! A propósito, pode sempre entrar em contacto connosco para iniciar a sua, teremos o maior prazer em conhecê-lo, Ser.